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quinta-feira, 9 de junho de 2005

Google Print divide mercado editorial nos EUA

Um novo personagem, o Google, deu as caras na última Book Expo America (BEA), feira do mercado editorial realizada na semana passado nos Estados Unidos. A presença da companhia está relacionada à divulgação de seu novo serviço Google Print, que pretende oferecer conteúdo editorial via web.

 

O Google Print, ainda em fase de testes (beta), é um projeto ambicioso, que pretende digitalizar o maior conteúdo possível de obras publicadas no papel. O projeto gerou polêmica após questionamentos sobre o possível dano que o serviço causaria aos direitos autorais.

 

Opiniões se dividem

 

Na tenda do Google, as opiniões se dividiam. Algumas editoras já cadastravam seus títulos, enquanto outras recusavam ou preferiam esperar mais para se posicionar sobre a nova forma de "divulgação".

 

Para Karawynn Long e Jak Koke, da pequena editora norte-americana Aspera Press,  o serviço convém na medida que cancela gastos com orçamentos para divulgação dos lançamentos. Como os títulos lançados pela editora são obras de ficção, Long e Koke não vêem tanto problema com a questão dos direitos autorais.

 

 

Para Paul Krupin, da Kennewick, uma editora de livros de negócios com sede em Washington, o serviço pode ferir sim os direitos autorais e até inibir a compra de livros. "O acesso ao conteúdo pode interferir na decisão de compra do leitor".

 

Krupin prefere esperar mais um tempo para se posicionar. "Muitos autores estão desconfortáveis com o serviço".

 

Resposta do Google

 

Para os críticos ferrenhos, o Google responde afirmando que o serviço apenas oferecerá as obras cujos direitos autorais já estiverem vencidos. Os outros títulos teriam apenas fragmentos publicados, textos de algumas linhas. Caso os livros sejam liberados pelas editoras as amostras ficariam maiores, mas nunca ultrapassando 20% do total.

 

Outro argumento dado pela empresa de buscas virtuais toca na questão da visibilidade. As obras passariam a aparecer nos resultados das buscas feitas no Google.com, atingindo públicos antes inalcançáveis.

 

A empresa também promete dividir o rendimento gerado com anúncios nas páginas de resultados do Google Print.

 

O projeto já tem parceria com cinco grandes bibliotecas para publicar a íntegra ou fragmentos das obras de suas coleções, enquanto vai barganhando novos títulos diretamente das editoras.

 

Para Jennifer Grant, gerente de marketing do Google Print, foi surpreendente a devoção dos fundadores do Google ao projeto, mesmo sendo alto o custo de sua execução. A empresa não divulga quantas pessoas estão envolvidas na iniciativa.

 

Sem dúvida, oferecer livros escaneados não apenas para os compradores online como também para internautas, em suas buscas, é o projeto mais ambicioso desse mercado. Se der certo, os futuros internautas poderão encontrar best sellers, como o recente Código Da Vinci, no Google.com.

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